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O que faz um assessor de investimentos?

  

assessores de investimentos de terno, gravata e camisa social

Se você tem um problema cardíaco, você trata com um cardiologista ou com um clínico-geral? Pela especialização, a resposta natural é ir ao cardiologista.

Trazendo essa analogia para o mercado financeiro, o problema é o investimento, o cardiologista é o assessor e o clínico-geral é o gerente de banco.

Trago essa comparação para ressaltar em uma palavra o que é o assessor ou Agente Autônomo de Investimento (AAI): um especialista.

No Brasil, grande parte dos investimentos ainda estão nos bancos. Normalmente, as pessoas investem com base na recomendação de seus gerentes. O que acontece é que esses gerentes recebem comissões por cada investimento que conseguem vender. O interesse é no serviço ao banco – e não no serviço a você. Isso pode resultar em sugestões nem sempre adequadas ao seu perfil.

Falando de algo tão primordial quanto o dinheiro, você precisa tomar os devidos cuidados na hora de geri-lo. Ninguém melhor do que alguém 100% focado nisso para te ajudar. A função principal deles é estudar tudo o que compõe a sua estrutura financeira atual e seu estilo de vida, para descobrir o melhor investimento para você a curto, médio e longo prazo.

Dessa forma, se você deseja saber mais sobre investimentos em renda variável e renda fixa, por exemplo, o agente autônomo é o responsável por apresentar e explicar como funcionam os produtos disponibilizados no mercado.

Os assessores são autorizados a exercerem a sua função pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Eles se responsabilizam por prospectar clientes, apresentar e fornecer orientações sobre o mercado financeiro, receber pedidos e transmiti-las aos sistemas de negociação nas corretoras.

Para atuar na área é necessário passar pela prova de certificação realizada pela Ancord. O exame tem como objetivo avaliar o conhecimento técnico dos candidatos. A instituição realiza aprovação do agente juntamente com a CVM para que o profissional já comece a atuar no mercado. Além disso, um diferencial é a certificação CFP (Certified Financial Planner). O CFP está para o assessor de investimentos como a OAB está para os advogados.

Existem basicamente dois formatos de assessoria de investimentos:

Modelo de plataforma fechada

Nessa modalidade, o assessor não tem acesso a suas contas. Você fornece os extratos bancários e de corretoras a ele, que munido das informações coletadas, irá analisar sua carteira de investimentos atual, pesquisar os melhores produtos e, quando julgar adequado, recomendar as devidas trocas de ativos.

Nesse caso, o assessor é contratado como qualquer outro profissional autônomo e irá cobrar pelo seu serviço. Alguns preferem cobrar por hora trabalhada, outros cobram uma taxa percentual sobre o montante da sua carteira de investimentos, enquanto outros cobram um valor fixo por determinado serviço.

Modelo de plataforma aberta

Aqui o assessor é vinculado a uma determinada corretora de valores. Ele é monitorado, auditado e avaliado quanto a sua capacitação, certificação e profissionalismo pela corretora.

Nesse modelo, o cliente abre uma conta na corretora de valores através da qual o assessor possui vínculo. É o chamado shopping financeiro. Através de uma única conta, o cliente acessa grande parte do mercado financeiro, podendo comparar as taxas de diversas instituições e escolher quem remunera melhor o seu investimento.

O assessor de investimentos não cobra absolutamente nada para estudar o seu perfil, entender as suas necessidades e fazer as devidas recomendações. O que acontece é que todo e qualquer ativo financeiro possuiu uma comissão embutida que é repassada da instituição emissora para a corretora de valores. Essa por sua vez, irá dividir essa comissão com o assessor pelo serviço prestado.

Lucas Bicudo
Jornalista da Messem Investimentos