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O que profissionais do esporte podem ensinar sobre transição de carreira

  

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As vastas somas de dinheiro concedidas às estrelas do esporte em todo o mundo costumam ser justificadas com base em uma carreira relativamente curta, que costuma ir até os 30 anos. Mas embora essa lógica possa ser duvidosa, na melhor das hipóteses, a aposentadoria precoce dos atletas pode nos ensinar muito sobre transição de carreira.

Enquanto uma minoria de atletas gosta de viver com as somas que obtiveram em suas carreiras de esportistas, muitos outros decidem seguir para uma segunda carreira. Na melhor das hipóteses, um atleta deixa o mundo esportivo por sua própria conta, ao constatar que o seu corpo não está mais à altura dos rigores do esporte praticado. Mas as lesões também são comuns e podem interromper até as melhores carreiras.

Da mesma forma, enquanto muitos atletas fazem a transição para uma segunda carreira dentro do mesmo esporte, exercendo outras funções: treinador, administrador ou mídia. Muitos também embarcam em uma forma completamente nova de trabalho.

Gerenciamento de transição

Um novo estudo da Australia’s Curtin University que tenta compreender como os atletas enfrentam a transição para uma segunda carreira, visa também entender se existem lições que podem ser transferidas para as profissões que não fazem parte do mundo esportivo. Os pesquisadores interrogaram vários ex-atletas de rugby, futebol australiano e hóquei no gelo, juntamente com um psicólogo esportivo e vários especialistas em desenvolvimento profissional. Eles também buscaram embasamento teórico em uma vasta bibliografia esportiva, assim como inúmeras biografias e autobiografias de jogadores e blogs mantidos por atletas.

Os dados mostram claramente que os atletas de nível elite têm uma gama de recursos relacionados à carreira que podem ajudá-los a fazer a transição para uma segunda carreira, além de ter algumas demandas bastante claras para a transição e a carreira subsequente. A primeira delas é a clara exigência física que a carreira esportiva lhes impôs. Se eles tiverem lesões ou outros problemas físicos a serem superados, essa é uma barreira clara, mas sua força e resistência físicas também podem ser um trunfo em futuras carreiras. A capacidade de oferecer alto desempenho por um período prolongado também são ativos valiosos em qualquer carreira.

No entanto, também há um grande número de demandas psicológicas, incluindo a disciplina que tem sido em grande parte, ponto central de sua carreira esportiva. Eles também estão acostumados a lidar com o estresse e a pressão, com a necessidade de superar os contratempos como parte central da vida esportiva. Também é altamente provável que os atletas de elite tenham demandas consideráveis sobre eles em termos do público em geral e da mídia como um todo.

Carreiras Sustentáveis

Os autores do estudo acreditam que os princípios de uma carreira esportiva bem-sucedida, ainda que passageira, também mantêm as pessoas em boa posição para suas possíveis carreiras subsequentes. Por exemplo, a análise revelou que os atletas receberam educação considerável para ajudá-los a gerenciar as demandas físicas e psicológicas de seu esporte. Características como a resiliência mental foram promovidas ao longo da carreira esportiva do atleta, com considerável apoio de sua equipe ao fazê-lo.

A capacidade dos atletas de elite de fazer a transição para uma segunda carreira foi considerada muito menos desafiadora com o tipo de habilidades e hábitos adquiridos ao longo de sua vida esportiva. Habilidades como trabalho em equipe, comunicação, colaboração, resiliência, disciplina e liderança são comuns no mundo esportivo e posicionam um indivíduo bem para uma segunda carreira.

Os resultados mostram como as pessoas que seguem a carreira escolhida com um grau único de intensidade e singularidade podem fazer a transição para uma segunda carreira com grande ajuda das habilidades e hábitos que desenvolveram ao longo dos anos.

Habilidades transferíveis

As chances são de que você possua inúmeras habilidades transferíveis que podem ajudá-lo a fazer o mesmo tipo de transição de carreira que os atletas fazem o tempo todo. Em áreas como estratégia de negócios, liderança, resolução de problemas, trabalho em equipe, análise de dados ou habilidades de comunicação. Quaisquer que sejam as habilidades que você possui, é vital que você possa provar aos empregadores em potencial que as possui e ilustrar o quanto elas serão valiosas em sua nova carreira.

Você também pode trabalhar para desenvolver seu networking para expandir as referências que são uma parte vital de qualquer transição bem-sucedida.

 À medida que nossas vidas profissionais crescem cada vez mais, as chances são de que faremos transições para novas carreiras com mais frequência. E o esporte oferece um excelente exemplo de como isso pode ser feito com sucesso, por meio de habilidades transferíveis que são elementos cruciais no mercado de trabalho moderno.

Cintia Coelho

Jornalista da Messem Investimentos

 



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