Você sabia que é possível medir o nível de transparência das empresas que você investe? Essa transparência pode ser mensurada de acordo com o nível de governança corporativa desta companhia.
E você sabe o que é governança corporativa?
Quando uma empresa opta por abrir seu capital, ela passa a cumprir uma série de exigências feitas por parte das regulamentações da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). No entanto, se além dessas exigências obrigatórias a qualquer S/A de capital aberto a empresa cumprir algumas outras exigências, visando sempre a transparência das operações, ela acabará recebendo uma espécie de selo da CVM. Os níveis de governança corporativa existem para trazer transparência para as operações e clareza para os sócios quanto a operação e saúde da companhia. Portanto, quanto mais exigências as empresas cumprirem, mais transparente elas são.
De acordo com o cumprimento das exigências da CVM as empresas podem ser classificadas como:
-
Nível I;
-
Nível II;
-
Novo Mercado.
Então, o nível de governança corporativa vai aumentando conforme a empresa vai cumprindo as exigências de cada nível, sendo que nível I tem um número menor de exigências que a companhia deve cumprir e Novo Mercado um número maior de exigências, sendo o mais alto nível de governança corporativa e consequentemente o de maior transparência.
De forma geral, a ideia dos níveis de governança corporativa é trazer cada vez mais transparência e consequentemente atrair cada vez mais a confiança de investidores para a empresa.
Para os investidores, isso é de extrema importância na hora da análise, pois as empresas que aderem aos níveis de governança corporativa passam a oferecer certas garantias de que os gestores estão exercendo corretamente suas funções. Isso ajuda para que a empresa mantenha um alinhamento entre sócios e gestores. Além disso, os níveis de governança protegem os investidores de alguns riscos, como:
-
Fraudes e problemas de conflito de interesses na diretoria;
-
Abuso de poder dos controladores sobre os sócios minoritários;
-
Problemas relacionados a metodologia de um único executivo;
-
Desalinhamento de propósitos entre controladores e acionistas.
Quanto aos níveis e principais exigências de cada um deles:
Nível I
Para uma empresa ter o selo nível I de governança corporativa precisa seguir uma série de condições, sendo a principal:
-
Garantir o mínimo de 25% das ações em circulação no mercado, o que chamamos de Free Float (traz liquidez às ações).
Nível II
Para a empresa conquistar o selo de nível II, é necessário cumprir todas as exigências do nível I e ainda:
-
Concessão de Tag Along*.
Novo Mercado
Para que uma empresa alcance o posto mais alto da governança corporativa é preciso cumprir todos os requisitos de nível I e II e ainda:
-
Ter 100% das ações ordinárias (ON).
Para conferir as empresas que fazem parte do novo mercado “clique aqui”
*Tag along: É um mecanismo de proteção para os acionistas minoritários. Em caso de venda da empresa, muitas vezes o controlador recebe uma oferta maior do que o preço por ação. O tag along garante que o investidor minoritário receberá a mesma oferta que o controlador, trazendo maior igualdade aos sócios da companhia.
Confira na tabela a seguir algumas diferenças entre os níveis de governança corporativa:
O que muda para o investidor?
O principal objetivo dos níveis de governança corporativa é trazer ao investidor mais segurança na hora de investir, obedecendo alguns princípios fundamentais de governança.
Transparência
Disponibilizando para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores que norteiam os fatores gerenciais.
Equidade
Tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas, levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas;
Prestação de contas
Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis;
Responsabilidade corporativa
Os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, etc.) no curto, médio e longo prazos.
Conclusão
Atualmente temos muitas empresas aderindo aos moldes da governança corporativa, trazendo mais transparência para as empresas e mais segurança para os investidores.
Você pode consultar no final deste artigo as empresas que fazem parte do índice mais alto de governança corporativa, o Novo Mercado.
Entender os níveis de governança e como cada uma das empresas se comporta é fundamental para fazer boas escolhas na hora de investir.
Entenda que empresas que sejam transparentes com seus clientes e sócios são empresas que tendem a ter uma boa gestão.
Róger Morais
TÓPICOS
