Não há dúvidas de que o mercado de ações está cada vez mais dinâmico, e quem arrisca parte de seu patrimônio neste mercado volátil deve ter em mente que está em uma verdadeira batalha de gladiadores. Nessa batalha temos: os grandes bancos, as corretoras, os grandes players e os investidores em geral. E muitos desses players utilizam de estratégias para obterem retornos tanto com o mercado em alta, quanto com o mercado em baixa.
No entanto, muitos investidores ainda não sabem que é possível lucrar mesmo com o mercado em queda, ou seja, você pode obter retornos não só no crescimento de uma determinada empresa mas também na sua desvalorização.
Existem diversas formas de lucrar com a queda do mercado, com opções, vendas no mercado futuro e uma das mais simples, o aluguel de ações.
Aluguel de Ações
A modalidade mais comum de lucrar com a queda dos preços é através do aluguel de ações, que funciona da seguinte forma:
EXEMPLO:
Vamos imaginar dois indivíduos: Paulo e Ana.
Paulo é um investidor de longo prazo que para remunerar ainda mais sua carteira de ações resolveu disponibilizá-las para aluguel, em troca é claro de uma taxa de juros. Chamamos este de “Doador”
Já Ana é uma investidora muito experiente que após realizar suas análises reparou que uma empresa estava supervalorizada, e resolveu então apostar na queda dessas ações, ou seja, na venda. Chamamos esta de “Tomadora”.
Para que Ana consiga lucrar com a queda dos preços ela resolve alugar as ações que paulo disponibilizou. Estas ações estão sendo negociadas a R$20,00 e após alugar essas ações do Paulo em troca de uma taxa de juros, Ana vende essas ações.
Com o passar dos dias a análise de Ana se confirma e a ação que ela havia alugado do Paulo e vendido, passa de R$20,00 para R$15,00 atingindo um valor justo segundo a análise de Ana.
Então, Ana recompra a ação a R$15,00 e devolve para Paulo pagando a ele a taxa pró rata, que é o valor equivalente ao tempo do aluguel, tendo assim um lucro de aproximadamente R$5,00 por ação.
Utilizando essa ferramenta, investidores e especuladores conseguem lucrar tanto na alta quanto na queda dos preços.
Para que esse trâmite aconteça, é preciso entender o que é BTC.
O BTC (Banco de Títulos da CBLC) é o ambiente onde ocorrem os registros dos aluguéis, juntamente com as taxas cobradas, a data de vencimento, e a quantidade para aluguel.
Deste ambiente participam:
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Doadores: São os indivíduos interessados em dispor suas ações para aluguel, normalmente são investidores de longo prazo que aproveitam para rentabilizar ainda mais seus ativos.
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Tomadores: São os indivíduos interessados em alugar as ações, estes podem ser traders visando a venda a descoberto para operações de curto prazo, ou até mesmo investidores se protegendo de grande oscilação.
Para realizar esta operação doadores devem contatar sua corretora informando a taxa que desejam receber, o prazo de aluguel e se este aluguel será reversível ou não.
No caso de ser reversível, o tomador pode a qualquer momento devolver as ações ao doador. Já se o aluguel for do tipo não-reversível a data compactuada no momento do aluguel deve ser seguida até o último dia.
Disponibilidade de Aluguel
Para consultar se o ativo que deseja alugar têm disponibilidade, basta entrar em contato com seu assessor de investimentos e solicitar o aluguel. Algumas plataformas como o Xp Pró disponibilizam uma ferramenta em que o usuário pode consultar a disponibilidade de aluguel.
Para quem não utiliza nenhuma plataforma o site da B3 disponibiliza para consultas a quantidade de aluguéis disponíveis.
Margem de Garantia
A margem de garantia é um valor que a corretora exige que você tenha em conta para garantir a realização da sua operação de venda. Esta margem é exigida para que em caso de insucesso da operação, a corretora possa reduzir o risco. Podemos fazer a analogia da margem como um calção que a corretora exige para “garantir” a operação.
A margem não precisa necessariamente ser em dinheiro, a corretora aceita como garantia além do dinheiro alguns ativos como: CDB’s de grandes bancos, títulos públicos, ações, entre outros. Porém, no caso das ações ocorre um deságio, ou seja, a bolsa não aceita suas ações pelo valor de mercado, mas sim por um valor inferior definido pela própria bolsa. Esse deságio, pode chegar a 90%. Vale lembrar que este deságio varia de papel para papel. Este valor é recalculado diariamente pois é influenciado por algumas variáveis, como a volatilidade do papel e cenário em geral.
Conclusão
Pode até parecer difícil, mas lucrar na venda de um ativo não é nenhum bicho de sete cabeças, e pode ser tão lucrativa quanto uma operação na compra, para quem é trader esta operação é imprescindível. Pois o mercado é feito de altas e baixas e podemos usufruir destes dois momentos.
Além disso, podemos utilizar a venda alugada para proteger nossa carteira de investimentos em momentos difíceis de mercado. Fale com seu assessor de investimentos para saber mais.
Róger Morais
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