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Título público x privado: qual a melhor opção para aproveitar a Selic elevada?

Como parte do dinamismo do mercado financeiro, a taxa Selic pode passar por ciclos de elevação e queda. Em momentos em que a Selic está alta, é comum os investidores questionarem qual é o melhor título de renda fixa para aproveitar o cenário.

Para tomar uma decisão de investimento, é preciso conhecer as características dos títulos públicos e privados disponíveis no mercado. Assim, você pode compará-los e fazer as escolhas mais adequadas para as suas necessidades e expectativas.

Pensando nisso, este artigo visa ajudá-lo a entender qual título é mais adequado para um cenário de Selic alta. Vamos lá?

Como a Selic afeta os investimentos de renda fixa?

A taxa Selic é um dos principais indicadores do mercado brasileiro. Ela define a base de juros da economia, estabelecendo um patamar a partir do qual outras taxas são guiadas. Ainda, além de se relacionar com o desempenho econômico, ela impacta o resultado dos investimentos.

No mercado financeiro, a renda fixa é a principal classe afetada pelas variações da taxa Selic. Quando ela está alta, pode ser interessante para o rendimento das aplicações, que se tornam mais atraentes para os investidores. Isso favorece os títulos públicos e privados.

O Tesouro Selic, por exemplo, tem rentabilidade atrelada à taxa básica de juros da economia e é um dos principais títulos impactados pela alta do indicador. Aplicações que variam com o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) também se beneficiam desse cenário.

Como essa taxa fica próxima à Selic, a elevação na taxa básica de juros afeta o rendimento de investimentos atrelados a ela. Ademais, títulos prefixados e híbridos também sofrem efeitos das variações da Selic.

O que é um título público e como funciona?

Após entender os impactos da Selic em investimentos de renda fixa, é preciso conhecer mais sobre as aplicações disponíveis, começando pelos títulos públicos. Eles são emitidos pelo Tesouro Nacional e negociados na plataforma do Tesouro Direto.

Na prática, as aplicações permitem ao Governo captar recursos de pessoas físicas. Confira as alternativas disponíveis no mercado e como a Selic elevada influencia cada uma delas:

Tesouro Selic

O Tesouro Selic tem rentabilidade pós-fixada e acompanha as variações da taxa Selic. Por esse motivo, é uma aplicação financeira diretamente afetada pelas movimentações da taxa básica de juros. Logo, em momentos de alta, a tendência é que o retorno financeiro também seja maior.

Tesouro IPCA

O Tesouro IPCA é uma alternativa com rentabilidade híbrida atrelada à inflação. Ela é formada por uma taxa fixa somada ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Isso garante proteção contra as variações inflacionárias.

Como a taxa Selic é usada para tentar controlar a inflação no país, o aumento dela pode significar que o índice inflacionário está alto. Assim, esse título costuma ser interessante para proteger da perda de poder de compra ao longo do tempo.

Tesouro Prefixado

A taxa de rentabilidade anual do Tesouro Prefixado é definida por um percentual fixo. Portanto, é possível calcular quanto o dinheiro renderá no prazo estabelecido, antes mesmo de fazer o aporte inicial.

Como você viu, o aumento da Selic também tem impacto nesses títulos. Isso porque, se há expectativa de crescimento do indicador, a tendência é que as rentabilidades prefixadas oferecidas no mercado sejam maiores para manter essas aplicações atrativas.

O que é um título privado e como funciona?

Também existem títulos privados no mercado financeiro. Eles são emitidos por outras instituições, como bancos, empresas e securitizadoras. Existem diversas aplicações disponíveis no mercado que, em geral, também oferecem rentabilidades pós-fixadas, prefixadas ou híbridas.

As alternativas pós-fixadas costumam render uma porcentagem do CDI. Como esse indicador depende da taxa básica e fica pouco abaixo dela, o aumento da Selic tende a elevar o retorno das aplicações privadas.

Da mesma forma, uma Selic elevada também influencia títulos com lógicas de remuneração prefixadas e híbridas. Conheça algumas alternativas de títulos privados:

Certificado de depósito bancário (CDB)

O CDB é um título emitido por instituições bancárias. Essa aplicação pode ter vencimento em diferentes prazos e existem alternativas com liquidez diária — geralmente pós-fixadas. Uma das vantagens é que os CDBs contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Letras de crédito imobiliário e do agronegócio (LCI e LCA)

As LCIs e LCAs são semelhantes aos CDBs, pois são emitidos por instituições bancárias. No entanto, a LCI tem lastro no mercado de imóveis, enquanto a LCA é lastreada no segmento do agronegócio. A principal diferença em relação ao CDB é que essas aplicações são isentas do Imposto de Renda.

Certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio (CRI e CRA)

Já o CRI e CRA são emitidos por empresas securitizadoras a partir de projetos das respectivas áreas. Eles costumam oferecer retornos maiores porque não têm cobertura do FGC. Ademais, são isentos de Imposto de Renda.

Debêntures

Também existem as debêntures, que são títulos de crédito privado emitidos por empresas que visam captar recursos para financiar projetos ou quitar dívidas. Nas debêntures comuns, há cobrança de Imposto de Renda, mas existem títulos incentivados que contam com isenção. Já a liquidez normalmente é baixa.

Qual o melhor título para aproveitar a Selic elevada?

Como você aprendeu, a Selic alta pode tornar os investimentos de renda fixa mais atraentes. Isso vale tanto para os títulos públicos quanto os privados.

Para escolher a melhor alternativa para a sua carteira, é preciso considerar o seu perfil de investidor e os seus objetivos financeiros. Os títulos públicos são considerados as aplicações mais seguras do mercado, pois são garantidos pelo Governo Federal.

Portanto, eles podem se adequar a todos os perfis. Já os títulos privados possuem características que variam de acordo com a aplicação. Por exemplo, existem alternativas que apresentam maior rentabilidade, mas têm riscos mais elevados — como aquelas que não possuem proteção do FGC.

Assim, se você focar apenas nas rentabilidades dos títulos, poderá fazer escolhas mais arriscadas, que podem ser incompatíveis com o seu perfil. Por isso, é preciso atenção.

Outro fator que você deve considerar é a liquidez. As LCIs e LCAs também podem se tornar mais interessantes com o aumento da Selic. No entanto, a liquidez tende a ser mais baixa. Então, se o objetivo é investir a sua reserva de emergência, pode ser mais interessante buscar opções com liquidez diária.

Com essas informações, você entendeu como a taxa Selic pode favorecer tanto o título público quanto o privado. Não se esqueça de que a diversificação da carteira é importante em qualquer cenário. Essa estratégia permite manter um portfólio sólido e alinhado aos seus objetivos.

Gostou do conteúdo e quer saber mais sobre o mercado? Entenda melhor quais os impactos da inflação nos seus investimentos!

 



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