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Reunião do Copom: quais os impactos das decisões do comitê sobre a sua carteira?

O funcionamento e a organização da economia brasileira dependem da atuação de diversas instituições. Entre elas está o Copom, um dos órgãos responsáveis por auxiliar na adoção e controle de uma política monetária sustentável no país.

As decisões discutidas em uma reunião do Copom podem influenciar diretamente a economia brasileira. Consequentemente, é possível observar os seus reflexos em diferentes investimentos — sejam eles de renda fixa ou de renda variável.

Se você quer saber como as reuniões do Copom impactam a sua carteira de investimentos, aproveite este conteúdo preparado pela Messem Investimentos.

Confira!

O que é o Copom?

A sigla Copom significa Comitê de Política Monetária. Criado em 1996, trata-se de um órgão constituído no âmbito do Banco Central (Bacen) para definir a taxa básica de juros — a taxa Selic — e outros critérios importantes sobre a economia brasileira.

Ele é formado por membros do colegiado do Bacen que, além do seu presidente, conta com 8 diretores das seguintes áreas:

● administração;

● fiscalização;

● regulação;

● política econômica;

● política monetária;

● relacionamento institucional e cidadania;

● assuntos internacionais e de gestão de riscos corporativos;

● organização do sistema financeiro e controle de operações do crédito rural.

Também participam das reuniões os chefes de departamentos do Banco Central, ligados aos seguintes setores:

● operações do mercado aberto;

● operações bancárias e de sistema de pagamentos;

● reservas internacionais;

● estudos e pesquisas;

● assuntos internacionais;

● relacionamento com investidores e estudos especiais;

● economia.

Como a reunião do Copom funciona?

As reuniões do Copom geralmente acontecem a cada 45 dias, totalizando 8 encontros por ano. Ademais, elas são realizadas em dois dias seguidos. Já as decisões são divulgadas por meio de comunicado na internet e com a disponibilização da ata da reunião.

No primeiro dia, os integrantes do comitê assistem apresentações técnicas sobre o atual cenário e perspectivas sobre a economia brasileira e internacional. Dessa maneira, os membros do Copom acessam diversas informações para embasar suas decisões da melhor forma.

No segundo dia, as reuniões são reservadas para a discussão das decisões que serão adotadas, considerando o que foi apresentado. Nesse momento, será decidida a taxa Selic Meta para o período, tomando como base a avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos envolvidos.

É pertinente destacar que cada membro do comitê tem direito ao voto nas questões levantadas. Esses votos são divulgados junto à ata do encontro, disponibilizada em português uma semana após a sua realização.

Qual é o calendário das reuniões do Copom em 2022?

Após conferir o significado do Copom e seu funcionamento, é possível que você queira saber quando elas vão ocorrer no ano de 2022.

O Copom divulga com antecedência todas as datas de realização das reuniões do seu colegiado. Em 2022, elas foram previstas para os seguintes dias:

● 1 e 2 de fevereiro;

● 15 e 16 de março;

● 3 e 4 de maio;

● 14 e 15 de junho;

● 2 e 3 de agosto;

● 20 e 21 de setembro;

● 25 e 26 de outubro;

● 6 e 7 de dezembro.

Como é possível verificar, todas elas ocorrerão em dois dias, geralmente, às terças e quartas-feiras, respeitando o intervalo máximo de 45 dias entre as reuniões. Ou seja, as taxas de juros podem ser alteradas com frequência, acompanhando o dinamismo da economia.

Como as decisões do Copom impactam a carteira de investimentos?

A alteração na taxa básica de juros no país impacta diretamente quase todos os investimentos disponíveis no mercado. Isso porque os juros poderão resultar no aumento ou diminuição do retorno de investimentos de renda fixa e também gerar reflexos nas alternativas de renda variável.

Entenda melhor os impactos das decisões do Copom em cada classe de investimentos!

Renda fixa

Os títulos de renda fixa, sejam públicos ou privados, costumam ser mais impactados com as mudanças na Selic. Afinal, muitos deles estão atrelados diretamente a ela ou a outros indicadores financeiros que também têm relação com a Selic. Por exemplo, é o caso de produtos financeiros como os CDBs (certificados de depósito bancário), LCI e LCA (letras de crédito imobiliário e do agronegócio). Esses investimentos normalmente possuem a rentabilidade ligada ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

Por sua vez, o CDI acompanha os movimentos da taxa básica de juros. Logo, se o investidor tiver em carteira títulos pós-fixados ligados ao CDI, ele também será impactado com a elevação ou redução da Selic.

No primeiro caso, o retorno do seu investimento será maior. Já no segundo evento, acontece o contrário, pois a rentabilidade cai. O mesmo ocorre com investimentos prefixados, que podem ficar mais ou menos atrativos dependendo das modificações da Selic.

Em caso de títulos híbridos, que possuem rentabilidades pós e prefixadas, os efeitos não são diferentes. Muitos desses investimentos possuem o retorno atrelado à inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), mais um percentual fixo.

Quando a inflação está em alta, é comum observar a elevação da taxa Selic para conter os seus efeitos. Assim, a rentabilidade dos títulos sofre alterações, impactando na oferta e liquidez daqueles que já foram emitidos, bem como nas aplicações que serão emitidas após as mudanças na taxa básica de juros.

Renda variável

É preciso ter em mente que não é somente na renda fixa que a mudança da Selic pode gerar impactos. Afinal, o mercado está conectado como um todo. Como você viu, a diminuição dos juros tende a fazer com que investimentos de renda fixa tenham a rentabilidade reduzida.

Diante desse cenário, muitos investidores podem buscar alternativas de renda variável em busca de potencializar seus ganhos. Esse movimento, por sua vez, pode gerar a valorização de ativos como ações, fundos imobiliários (FIIs) e outros, aumentando a sua atratividade e rentabilidade.

Além disso, em um cenário de juros baixos, é comum que a economia seja estimulada e as empresas cresçam. Logo, as ações das companhias na bolsa de valores brasileira (B3) podem se valorizar.

Já no panorama oposto, com uma eventual alta na Selic, é esperado que muitos investidores migrem da renda variável para a renda fixa, em busca de maior segurança. Com isso, é comum observar uma baixa dos preços de ativos e derivativos financeiros, desencadeando períodos de queda na bolsa de valores.

Conseguiu perceber a importância de uma reunião do Copom para os seus investimentos? Com esse conhecimento, você poderá ficar mais atento quanto à escolha de uma alternativa de investimento ou a necessidade de modificar sua carteira, a depender do cenário econômico e das oportunidades que o mercado pode oferecer.

Precisa de ajuda para compreender melhor o funcionamento de investimentos de renda fixa e variável? Entre em contato conosco e conte com o suporte da Messem Investimentos!