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O que ditará os rumos do mercado em 2023?

O ano de 2022 está quase de despedindo de nós e, com isso, é inevitável que o planejamento para o próximo ano esteja cada vez mais presente na nossa rotina. Nossos investimentos, obviamente, não podem ficar de fora da lista de prioridades.

Você sabe o que pode impactar a sua carteira de investimentos em 2023? Sabe quais fatores de risco podem se intensificar no próximo ano, repleto de incertezas para a economia e geopolítica global?

No texto de hoje, vamos lhe mostrar os principais assuntos que devem ser presença constante nas manchetes de noticiários do mercado financeiro e porque elas são importantes. Confira!

Cenário doméstico

Quase que por unanimidade, o mercado financeiro enxerga que o risco fiscal é o maior ponto de atenção no cenário doméstico. Para 2023, são diversos fatores para ficar de olho e podemos ter a definição de alguns deles ainda em 2022.

Ainda são muitos os pontos de interrogação sobre o novo governo que comandará o Planalto a partir do dia 1º de janeiro. O estouro do Teto de Gastos para custear os programas sociais propostos por ambos os candidatos que chegaram ao segundo turno das eleições é inevitável e o mercado monitora quais os sacrifícios serão feitos com a PEC de Transição.

Em outubro, a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado já havia apontado que o cenário fiscal brasileiro em 2023 seria desafiador. Na ocasião, a presidente do órgão – Vilma da Conceição Pinto – apontou que seriam necessários ajustes para adequar as despesas necessárias dentro do Teto de Gastos.

“O benefício do Auxílio Brasil, se for pago no mesmo montante que está sendo pago neste ano no ano que vem e respeitando o Teto de Gastos, a gente necessariamente teria que cortar despesas em outras áreas”, apontou. “E isso pode causar problemas de funcionamento na máquina pública.”

Para o economista da Messem Investimentos Gustavo Bertotti, a ‘ancoragem fiscal’ é extremamente importante, por exemplo, para entender os rumos que a política monetária brasileira vai seguir a partir de janeiro de 2023.

“Com a PEC de Transição e o possível furo do Teto, o nosso risco-país aumenta”, explica o especialista. “Temos uma preocupação muito grande com a nossa inflação e toda essa questão fiscal é colocada em xeque”.

Para quem está esperando uma queda nos juros, Gustavo aponta que esse momento só deve chegar a partir do segundo trimestre de 2023.

“É possível que veremos a Selic baixando no segundo trimestre de 2023, mantendo-se as estimativas de IPCA em queda”, explica. “O que posso afirmar é que vamos ter juros altos por mais um longo período de tempo, justamente para ancorar essas expectativas de inflação”.

Cenário externo

No exterior, uma série de fatores vem elevando o nível de preocupação do mercado com a saúde das principais economias do mundo. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) coloca o cenário externo em destaque nas atas das reuniões mais recentes da instituição.

O conflito na Ucrânia, que se estende desde fevereiro deste ano, ainda parece longe de acabar e o mercado energético europeu continua extremamente estressado. No acumulado dos últimos 12 meses, a Energia subiu mais de 30% na zona do euro de acordo com os dados mais recentes da Eurostat.

Apesar de estar em baixa atualmente, o petróleo alcançou níveis históricos ao longo de 2022 por conta dos reflexos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Outras commodities também foram severamente impactadas pelo conflito.

Rússia e Ucrânia são duas das maiores produtoras de alimentos do mundo. A segunda é, inclusive, conhecida como ‘a cesta de pães da Europa’ pelo seu volume de produção de trigo. A commodity agrícola já disparou múltiplas vezes desde o início da guerra no leste europeu.

Esse cenário de incertezas sobre a cadeia global faz com que seja difícil prever os próximos passos de governos e bancos centrais das principais economias do mundo. O presidente do Federal Reserve – banco central dos Estados Unidos – Jerome Powell já indicou múltiplas vezes que tem o objetivo de reduzir o ritmo do aperto monetário em breve, mas o mercado de trabalho aquecido e uma inflação ainda alta dificultam o cumprimento destas metas pela instituição.

Na China, o mercado ainda quer entender os reflexos da desaceleração na economia global. Para o Brasil, entender como o nosso principal parceiro comercial se comportará economicamente é de suma importância.

O país asiático é, afinal, é a grande ofertante e demandante da economia global. Apesar de grande extensão territorial, o país mais populoso e com a segunda maior economia do mundo não tem uma abundância de recursos naturais. A atuação da China no mercado internacional de commodities é determinante para o desempenho da economia brasileira e para os resultados das nossas principais empresas.

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